segunda-feira, 21 de junho de 2010

Então morreu Saramago, e eu fiquei triste. Fernando Meirelles falou que o mundo ficou mais burro, mas disso eu já não sei. Da obra de Saramago também sei pouco (meu conhecimento se resume a dois livros "e meio"), mas sou tiete de sua maneira de escrever. "Implagiável" eu diria, se essa palavra existisse (ainda bem que não existe, pois é uma palavra bem feia).
E tudo isso eu digo, não pra ser apenas mais um obituário de uma figura notória feito por uma figura anônima, como tantos que figuram por aí, mas pra citar meu pai, tão anônimo quanto eu pra todo mundo, e tão notório quanto Saramago pra mim. Pois ele me veio com a observação seguinte: a maioria dos grandes escritores aparenta uma serenidade acima do normal até o fim dos seus dias. Pudera. Invejo eu a capacidade que todos eles tiveram, ao longo de suas vidas, de transportar suas inquietações pras suas obras e, ainda bem, aparecer com novas e novas inquietações, e nunca parar de escrever.

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