segunda-feira, 4 de julho de 2011

Conhece-te a ti mesmo.

- Você precisa ler tal livro, mudou a minha vida!
- Ah, é?! É como a história?
- Bom, é um livro de auto-ajuda. Ensina como controlar...
Pronto! Falou auto-ajuda, ou que o livro "ensina" qualquer coisa, dá aquela vontade de interromper a pessoa e falar:
- Não continua. Não leio isso.
Claro que a educação não deixa. E também é claro que eu logo tento mudar de assunto, ou, em certos casos, agradeço a dica mas explico que não é muito minha praia.
Só que...! Bom, eis que eu tenho lido e relido alguns dos posts aqui publicados. E eis que tenho percebido o teor de auto-ajuda que eles possuem. A princípio pensei de mim mesma: "Hipócrita!". Depois, reconsiderei.
A auto-ajuda aqui, é minha auto-ajuda, no sentido estrito da coisa. Sou eu ajudando a mim mesma a me tornar aquilo que eu julgo justo e honesto. Tentando agir sempre de maneira coerente, enxergando mais de mim. A auto-ajuda, na verdade, é auto-análise, e busca por auto-conhecimento.
Aí eu pergunto: como auto-ajuda pode vir de uma fórmula pronta, como tantos pregam (e vendem) por aí? A busca pelo conhecimento de si mesmo não pode ser enlatada, nem simplificada. É um caminho difícil, por vezes doloroso, e sem volta.
Começar a ter consciência da própria condição, seja ela qual for, incorporando todas as complexidades que representam cada indivíduo, é algo irreversível. Uma vez que você se olha no espelho e fala: "essa sou eu", e observa cada detalhe, físico, psíquico, espiritual seu, não há como fechar os olhos para o que se acabou de descobrir. É como tirar uma venda, olhar a paisagem e recolocar a venda: você pode até fingir que voltou a não enxergar, mas o que viu ficou marcado, e você vai querer olhar de novo.

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