segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

do muito que ficou

É uma busca essa coisa da Felicidade. E em alguns momentos tudo fica mais palpável, mais consistente. Esses últimos dias têm sido assim. E não é só pela festa, sete horas foram pouco pra seis anos. É pela sensação de dever cumprido, pelas certezas que só os desfechos trazem, pelo saudosismo conivente que nos faz pensar que todos somos ótimos e nos faz esquecer nossos defeitos e descompassos.
E é generosa a Felicidade. Não liga se for confundida com a alegria e a empolgação, chega a pensar que é composta pelas últimas, e que os arroubos podem ser parte integrante dos momentos mais felizes.
Ela também não se importa em vir acompanhada da Saudade, o que parece um paradoxo, já que às vezes a Saudade dói tanto quanto ou mais que a tristeza. Mas as duas não precisam ser iguais. A saudade, ao contrário da tristeza, não precisa ser opressiva, pode ser apenas envolvente. Saudade com tristeza é melancolia, nos impede se seguir, nos aprisiona. Saudade com alegria e felicidade nos impulsiona, é o prazer pelo que passou, o desejo do reencontro e a satisfação em saber que o que somos hoje devemos àqueles de quem sentimos falta. Pois se a ausência é falta, há um excelente motivo pra que seja assim.
E mesmo que uma parte de nós pareça ficar pra trás, não devemos nos preocupar, pois levamos conosco muito daqueles de quem nos afastamos, e isso só é clichê porque é verdade. Aprendemos a nos doar, a ser felizes acompanhados, mas sabemos que sobreviveremos em nossa própria companhia, porque nunca mais ficaremos sozinhos.

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